Modernização da Linha de Cascais avança

A modernização da via e catenária da Linha de Cascais vai arrancar, após a celebração do auto de consignação, ocorrida no passado dia 6 de Dezembro, da empreitada que contempla a migração do actual sistema de electrificação de 1,5 kV em corrente contínua para 25 kV em corrente alternada. Para isso, será realizada a substituição integral da catenária existente entre as estações terminais de Cais do Sodré e Cascais.

Este é o culminar da obra de Modernização da Linha Ferroviária de Cascais, um processo de requalificação e actualização considerado fundamental para o desenvolvimento dos municípios envolvidos, Lisboa, Oeiras e Cascais, em termos sociais, económicos e ambientais, além de proporcionar uma melhor eficiência do serviço ferroviário com a integração da infraestrutura no sistema multimodal de transportes.

A intervenção operada na Linha de Cascais é considerada estruturante e de grande relevância por promover “uma mobilidade urbana mais sustentável e amiga do Ambiente”. Além do incentivo à utilização do transporte público em detrimento do uso do automóvel particular, pretende-se com esta modernização reforçar também a segurança num eixo ferroviário amplamente procurado.

Entre os benefícios associados a esta intervenção, destacam-se ainda o aumento da fiabilidade da exploração ferroviária, a redução das emissões dos gases com efeito de estufa, a redução da sinistralidade e congestionamento, a redução dos custos operacionais e a promoção do aumento da quota ferroviária com a consequente redução do tráfego automóvel numa das principais ligações a Lisboa.

INVESTIMENTO DE MILHÕES

Executado pela empresa Infraestruturas de Portugal (IP), o projecto de Modernização da Linha de Cascais, o eixo com maior procura da Área Metropolitana de Lisboa, com 25,45 quilómetros de extensão e 17 estações e apeadeiros, é cofinanciado pelo POSEUR 2014/20 (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) no âmbito do Portugal 2020.

O custo total do investimento foi estimado em 77 milhões de euros no final de 2019, sendo que o apoio financeiro da União Europeia ascende a 50 milhões de euros provenientes do Fundo de Coesão. O prazo da empreitada é de 730 dias, a contar do auto de consignação, estimando-se que a intervenção possa estar concluída entre o final de 2024 e o início de 2025.

De acordo com o contrato público publicado no portal Base em 16 de Setembro passado, a empreitada de modernização da via e catenária, a realizar pelo consórcio formado pelas sociedades portuguesa Fergrupo-Construções Técnicas Ferroviárias, S.A. e espanhola Comsa, S.A., custará 31,59 milhões de euros, verba à qual acresce o valor do IVA à taxa legal.

As obras previstas incluem instalação de nova catenária e energia de tracção, construção de uma subestação de Tracção Eléctrica em Sete Rios, intervenções na via, instalação de um novo sistema de sinalização integrado no Centro de Comando Operacional de Lisboa e um novo sistema de controlo de velocidade ETCS (European Train Control System, ou Sistema Europeu de Controlo Ferroviário).

A Modernização da Linha de Cascais contempla ainda a criação de diagonais de passagem a contravia, o acesso ao Parque de Material da CP em Carcavelos, a melhoria das acessibilidades, vídeo-monitorização nas estações e apeadeiros, sistema de informação ao público, melhoria da eficiência energética e condições do espaço público e maior segurança nos atravessamentos de nível entre plataformas de passageiros.

De acordo com a informação avançada pela empresa pública Infraestruturas de Portugal (resultante da fusão entre as empresas REFER-Rede Ferroviária Nacional e Estradas de Portugal), que gere e administra as infraestruturas ferroviárias e rodoviárias existentes em Portugal, a intervenção na Linha de Cascais vai ser operada em período nocturno, entre as 23h00 e as 05h00, de forma a minimizar alguns constrangimentos resultantes da operação.

NOVAS CARRUAGENS EM 2026

Ultrapassadas as singularidades que fazem com que o material circulante na Linha de Cascais seja exclusivo para este troço, o que tem limitado significativamente a oferta do sistema ferroviário, aguarda-se agora a chegada de novos comboios, o que deverá acontecer a partir do início de 2026, altura em que está previsto que este eixo ferroviário receba 34 novas automotoras encomendadas pela CP.

Autor: Redacção

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