Pedro Ribeiro: “O Teatro obriga à presença física do público e dos actores”

O TIO – Teatro Independente de Oeiras é uma referência cultural no concelho oeirense.  O que começou por ser um desafio lançado pelo presidente da Autarquia, Isaltino Morais, acabou por tornar-se num caso de sucesso. Quase 32 anos depois de ter sido criada, esta companhia de Teatro soma 73 produções levadas à cena, com mais de 4.200 sessões e cerca de 430 mil espectadores. Números que ilustram bem o percurso realizado pelos mentores deste projecto artístico: os irmãos Carlos e Pedro Almeida Ribeiro. Cabe ao primeiro a direcção da companhia, a encenação das peças, a direcção de actores, a representação e o mais que o espectáculo exigir. Ao segundo, o irmão mais velho, seis anos e meio mais velho, é entregue a responsabilidade de assinar muitos dos textos levados à cena na sala da Companhia, instalada no Edifício Parque Oceano, em Santo Amaro de Oeiras, bem junto à praia, apenas com a Marginal a separá-lo do areal.

Pedro Almeida Ribeiro é autor de muitas comédias representadas pelos actores da Companhia. O maior êxito tem sido alcançado pela série ‘H2M1’ (ver caixa), que já vai na quarta parte, intitulada ‘A Alzheimer é Lixada’. Não tarda, vem aí a Parte V, que já está a ser estudada. As gargalhadas têm soado espontâneas na plateia, o que tem impulsionado esta comédia, construída com textos inspirados em episódios do quotidiano com que somos confrontados ao longo da vida. Rir da nossa condição humana é uma aposta que tem vindo a ser ganha a cada nova apresentação do espectáculo, que promete reinventar-se com mais um episódio, enriquecido com a entrada de um personagem muito especial. O jornal ‘O Correio da Linha’ foi saber mais com o responsável pelos textos de ‘H2M1’, numa altura em que o TIO procura retomar a normalidade da sua actividade depois dos dois últimos anos dominados pela pandemia COVID-19 e pela imposição dos confinamentos a que todos fomos sujeitos, que muito prejudicaram os agentes culturais.

Foto: Paulo Rodrigues

Jornal ‘Correio da Linha’ (CL) – Como foi atravessar este período de crise sanitária?

Pedro Almeida Ribeiro (PAR) – Foi muito complicado, sob todos os pontos de vista. Não pudemos fazer aquilo que mais queremos. Não pudemos ter na sala aqueles que mais queremos e que mais gostamos. E é tremendo perceber que todos aqueles que vivem do espectáculo, e não são só os actores, são os técnicos, é o ‘staff’ de apoio, os técnicos da luz e do som, os músicos, não puderam exercer as suas profissões. Muitos deles trabalham desde sempre de uma forma precária e é tremendo perceber que muitas dessas pessoas passaram e estão a passar por situações que são pouco dignas. Foi e continua a ser muito complicado.

Os actores trabalham à bilheteira, apesar de nós pagarmos ensaios. Toda a época de ensaios é paga e depois trabalham à bilheteira. Consequentemente, estando o Teatro impedido de ter as portas abertas, os actores não ganham. Os técnicos a mesma coisa. É impressionante como nós, a chegar ao ano de 2022, ainda temos milhares de trabalhadores que estão ligados à indústria do Espectáculo e da Cultura e trabalham desta forma precária, todos os dias. Sem perspectiva de planearem as suas vidas a longo prazo, isso só é possível a muito breve prazo.

Quem vive na Cultura e da Cultura, e sobretudo nesta área do Teatro, sabe que é assim. Houve algumas linhas de apoio, mas todo o processo é muito complicado, um processo burocrático com uma série de pequenas particularidades. Parece um contrato de seguro, com letras pequeninas. É muito complicado e vai deixando uma série de instituições de fora, sobretudo aquelas que o Estado, através do Ministério da Cultura, considera mais ‘comerciais’. Dou o exemplo da comédia. A comédia, o humor, sempre foi muito maltratado em Portugal. E continua a ser. É visto como uma arte menor.

CL – O que se pode esperar do TIO nesta fase de relançamento?

PAR – Muito trabalho. São muitas produções para o próximo ano. Iremos bater o nosso recorde de produções num ano. Já temos programa para os próximos três anos. Estou com muitas encomendas. Provavelmente, vou ter dois anos em que vou estar a escrever.

CL – Na altura de escrever os textos, quais são as suas principais preocupações?

PAR – Quando estou a escrever para adultos, e aquilo que me é pedido são comédias, humor, a grande preocupação é fazer as pessoas, no mínimo, rirem, saírem daqui bem-dispostas. Se puderem gargalhar, tanto melhor. É terrível para quem escreve e para os actores de comédia, porque a reacção é imediata. Ao contrário de outros estilos de Teatro, em que se houver um silêncio tremendo na sala é bom sinal, na nossa área não. A não reacção do público condiciona logo o próprio espectáculo.

 

“A FORMA COMO TRATAMOS OS NOSSOS VELHOS É MUITO MÁ”

CL – Rir é o objectivo, mas não fica por aí…

PAR – Não, não fica. Acho que nós temos também a obrigação no humor, na comédia, de fazer pensar. Portanto, em todos os textos que eu escrevo, quem não quiser ficar só pelo rir e pelas gargalhadas, tem muito para poder pensar. As coisas estão lá, são evidentes, não são mensagens subliminares.

No último ‘H2M1’, na parte IV, ‘A Alzheimer é Lixada’, tive a preocupação de abordar problemas extremamente graves na nossa sociedade. Um é a forma como tratamos os nossos velhos, que é muito má. Os nossos velhos não são tratados com dignidade, nem pouco mais ou menos, são maltratados por todos nós.

No acompanhamento dos nossos velhos falta tudo. A nossa sociedade está mal estruturada a todos os níveis. A partir do momento em que estruturamos toda a sociedade à volta do trabalho, e exclusivamente do trabalho, as coisas não podem resultar bem. Aqueles que ainda estão em condições de perceber o que se passa à sua volta não podem estar, de forma alguma, agradados com a forma como são tratados.

CL – As peças da série ‘H2M1’ giram em torno das conversas entre dois homens sobre temas do quotidiano…

PAR – O ‘H2M1’ gira em torno de dois amigos, dois homens. Aquilo que eu fiz foi tornar conversas de homens numa conversa hiper-realista, mas que se passam, estas conversas existem. Praticamente todos os homens já tiveram estas conversas. E aqueles que não tiveram, provavelmente vão ter. E aqueles que chegaram ao fim da vida e nunca tiveram, não sabem o que perderam.

Os homens conseguem rir de si próprios, têm essa facilidade. Quando se vêem retratados, conseguem rir. Sabem que aquilo se passa com eles, que aquele ridículo são eles próprios. E as mulheres, que adoram ver os homens passar por aqueles momentos de ridículo, também riem muito. Tínhamos muitos grupos de mulheres a virem ver o ‘H2M1’ que riam com uma satisfação quase ‘maldosa’. “Eles são mesmo aquilo, tal e qual, não prestam!”, comentavam.

CL – A Parte IV de ‘H2M1’, apesar das gargalhadas que procura conquistar ao público, aborda temas bastante sérios…

PAR – Nesta quarta parte, ‘A Alzheimer é Lixada’, abordámos a questão da velhice e da doença da demência e, obviamente, dos cuidadores. Foram os temas que eu quis abordar porque faziam sentido em virtude de os dois personagens (interpretados pelos actores Carlos d’Almeida Ribeiro e Lourenço Henriques) já terem uma determinada idade, serem já uns velhinhos simpáticos.

Em relação a este espectáculo, deixo uma pergunta no ar: Terá sido necessário termos uma crise sanitária, uma pandemia, para o Estado perceber a quantidade brutal de lares ilegais que existem no País? Ou o Estado sabia? Obviamente que o Estado sabia. Não tinha era capacidade para dar resposta. Se dissermos que, de um dia para o outro, vamos fechar todos os lares ilegais, onde é que metemos depois aqueles velhos?

A esmagadora maioria dos mais velhos que estão institucionalizados em lares têm uma vida lixada, mas mais lixado ainda é o Estado nada ou muito pouco fazer para resolver esta questão.

CL – O projecto ‘H2M1’ é para continuar?

PAR – Esta quarta parte era para ser a última. Só que quando eu comecei a escrever a peça ‘A Alzheimer é Lixada’, percebi que tinha de haver mais uma parte, que fazia todo o sentido, porque há alguém que tem andado atrás de mim há muito tempo a pedir para entrar no ‘H2M1’. Em virtude de ser a comédia com mais sucesso que nós temos, Ele ouviu falar disto e quer muito fazer parte do nosso elenco. E eu acedi. Na parte V iremos ter Deus no nosso elenco. E essa, sim, será a última parte.

Não faço tenções de meter a religiosidade na história, provavelmente a espiritualidade. Neste momento, tenho algumas ideias que estão dentro de um saco e que, a devido tempo, porque tenho outros projectos à frente desse, sairão cá para fora, da minha cabeça, e começarão a ser postos no papel, ou na memória do computador.

CL – Além deste, quais são os outros novos projectos em que está envolvido?

PAR – Estou a terminar a adaptação do livro ‘Doutor Finanças e a Bata Mágica’, de Adriana Cabrita, que será para apresentar durante o próximo ano. E depois tenho outros textos de comédias também. Um deles está neste momento a começar a ser escrito, mas ainda não tem título. Será para apresentar, eventualmente, em 2023. Neste momento, ainda é cedo para levantar a ponta do véu.

CL – Também escreve peças para os mais jovens. Qual a mensagem que procura passar para este público?

PAR – Quando escrevo musicais infantis, que no fundo são para toda a família, tento sempre colocar algo que tenha a ver com comédia também, que deixe as crianças e os pais bem-dispostos. Não gosto de ser moralista nas peças que escrevo para crianças, mas gosto que tenham uma mensagem positiva, uma mensagem que não diga aos mais novos que eles têm capacidade para mudar o Mundo, porque na verdade não têm, mas têm capacidade para mudarem a vida deles. Uma parte da vida deles está nas mãos deles, e muitas vezes com coisas simples. É isso que eu faço passar. É isso que me interessa que eles percebam. A vida deles não tem de ser definida só pelos outros. Eles também têm o direito a dizer: “Esta parte sou eu que mando nela”.

Foto: Paulo Rodrigues

“A ESCOLA NÃO EDUCA PARA A OPOSIÇÃO”

CL – Como é que vê a Educação, hoje em dia?

PAR – A Escola não fomenta o espírito crítico, não educa para a oposição, desde pequeninos. Os educadores de infância neste País ainda querem que todos os meninos da sala sejam amigos uns dos outros. Não têm que ser amigos uns dos outros. Não têm que brincar todos uns com os outros. Isso é que era bom! Os meninos têm que se respeitar uns aos outros. Não têm que ser amigos. São coisas completamente diferentes. E este educar para a oposição não é feito. O colocar o conhecimento em causa não é feito nas escolas portuguesas. A escola precisava de um 25 de Abril! Em Portugal, por exemplo, não existe avaliação de professores.

CL – Esteve ligado ao Ensino. Foi professor e director de uma escola. Como é que o Teatro entrou na sua vida?

PAR – Quando era professor e director de escola, tinha de colocar os alunos a fazer qualquer coisa nas Festas de Natal e outras. Às vezes, havia uma certa dificuldade em encontrar textos que permitissem colocar lá muitos alunos ao mesmo tempo. E começou por aí. Eu próprio escrevia umas coisas, adaptava outras, de uma forma completamente amadora.

Na verdade, eu posso puxar isto ainda mais atrás e dizer que quando andava na escola, no Liceu de Oeiras, em vez de ouvir os professores, eu escrevia novelas (estávamos na década de 70, quando começaram a ser exibidas as telenovelas em Portugal), em que os personagens eram os alunos da turma, os meus colegas. Depois, nos intervalos, eu lia aquilo. Sempre à volta do humor, com muito humor.

CL – O humor, para si, é uma forma de encarar a vida?

PAR – Eu sou um palhaço. Eu adoro ser palhaço. E gostava de ter capacidade para estar em cima do palco e ser palhaço. Gosto muito de brincar e de estar bem-disposto. Agora, se me perguntar se eu na minha essência sou isso, vou dizer: “Acho que não”. Se calhar sou mais pessimista. É um pouco levar as coisas para este campo: “Não me vais vencer”.

Eu acho que nós temos poucos motivos para andar bem-dispostos. Aquilo que eu faço é: “Ok, tudo bem, vocês dão-me só isto (Televisão, Jornais, Net), pois eu vou por outro caminho”. Rio-me disso, mas em boa verdade, estou extremamente preocupado. Estas coisas fazem mossa e eu não quero estar longe da realidade. Não se trata de uma forma de eu sublimar…

CL – É difícil escrever sobre temas sérios despertando o riso de quem está sentado na plateia?

PAR – É um processo muito doloroso.

CL – Como supera essa dor? As gargalhadas que ouve compensam?

PAR – Isso é aquilo que mais me satisfaz e é o meu pagamento, o que me acalma a dor, eventualmente. Todavia, quando estou em processo criativo, não há nada que acalme a dor. Depois de escrever o ‘H2M1’ Parte IV, estive cerca de seis meses sem conseguir escrever. Foi muito doloroso.

CL – Quanto tempo demorou a escrever essa peça? Como decorreu o processo criativo?

PAR – Em termos de escrita, demorou cerca de quatro meses. Em termos de todo o processo, com pesquisa incluída e a preparação de um esboço com as ideias, foi cerca de um ano. Por vezes, estou uma ou duas semanas sem escrever, depois vou avaliar o que já tenho e risco uma ou outra ideia. Faço muitas gravações. Vou no carro e lembro-me de uma coisa e gravo essa ideia no telemóvel. Mais tarde, às vezes, quando vou ouvir, tenho umas 50 coisas gravadas e depois ficam só duas.

CL – Havia alguém na sua família que já se dedicasse ao Teatro?

PAR – Havia umas coisas pontuais da minha mãe e de um tio, no teatro amador, mas não houve uma linhagem de actores ou de espectáculo. O meu irmão, que sempre foi muito teatral, já na infância, foi o primeiro da família. Pessoalmente, no início do TIO, comecei nos corpos sociais da companhia. Em termos de escrita e de envolvimento na produção, foi em 2005. Neste momento, tenho também a minha filha, que tem 14 anos, a representar connosco, como profissional. Começou aos 10 anos aqui.

Foto: Paulo Rodrigues

“OS PROFESSORES NÃO ESTÃO PARA TER TRABALHO”

CL – Na sua opinião, o que podia ser feito para trazer os jovens mais ao Teatro?

PAR – Se calhar, levar o Teatro para dentro de um ecrã. Só que se o Teatro não for feito aqui, numa sala, ao vivo, não é Teatro, é outra coisa. Podemos ter Teatro gravado passado na TV, mas não é a mesma coisa. O Teatro obriga à presença física do público e dos actores, porque senão é Cinema.

O que é que podemos fazer? Fazer tudo aquilo que não está a ser feito. Eu sou daqueles que diz que não vamos criar o hábito nas novas gerações de vir ao Teatro levando o Teatro à escola. Isto é a subversão de tudo. As escolas também não pedem à praia para a praia ir à escola. As escolas vão à praia. Então, as escolas só têm que vir ao teatro, ao cinema, às exposições, aos museus… têm que sair fora da escola. Mas isto dá trabalho e os professores não estão para ter trabalho. E quando falo dos professores, falo da esmagadora maioria dos professores. Esta é a verdade, doa a quem doer.

Eu também sou professor, portanto estou perfeitamente à-vontade para o dizer. Conheço muito bem a realidade e sei muito bem aquilo que os professores fazem. Nós tivemos aqui ‘n’ peças musicais infantis em que as escolas dos concelhos da Amadora e de Oeiras podiam vir sem pagar rigorosamente nada e a esmagadora maioria das escolas não veio, porque arranjam sempre uma desculpa. E algumas dizem-nos na cara: “Isto era bom era vocês irem lá”.

Mas não. O Teatro não tem que ir à escola. Se for para criar o hábito, então as crianças têm que vir ao Teatro, e não é uma vez por ano. Depois estão quatro anos no Ensino Básico e vão quatro vezes ao Teatro. Alguém se interessa por Teatro desta forma? Isto passa por vir muitas vezes, dar aos alunos um produto que eles considerem um produto engraçado, que os faça divertirem-se um bocado. A forma de tratar os textos para este público mais jovem é muito importante.

CL – Como é que se cria o hábito de os jovens virem ao Teatro?

PAR – Pela força. Trazendo-os à força. E pela força da repetição, dando um produto que seja agradável. Ou seja, não matando esse público à nascença pela força. Vens cá tantas vezes e sempre obrigado, e aquilo que eu te dou é tão mau que tu nunca mais queres vir ao Teatro. Não! Ele tem de sair e ao fim de três/quatro vezes dizer: “Ó professor, quando é que vamos outra vez ao Teatro?” Aí nós sabemos que aquele miúdo quer vir ao Teatro. Não quer dizer que vá dar um consumidor de Teatro no futuro, atenção, nem pouco mais ou menos. Ele está a querer ser consumidor neste momento. Se conseguirmos ter um grande grupo de crianças/jovens que quer vir ao Teatro e que, desse grande grupo, cinco por cento sejam consumidores de Teatro no futuro, isso não é bom, mas é melhor que nada.

Foto: Paulo Rodrigues

CL – Se fosse possível montar uma produção sem quaisquer restrições, qual o texto que gostaria de escrever?  Qual o seu sonho de produção a partir de um texto seu?

PAR – Mais importante do que saber o que o texto seria, era poder escrever sem haver qualquer tipo de censura nem autocensura. Esse era o meu sonho. O outro sonho era que a Cultura em Portugal não precisasse, em qualquer área, de apoios do Estado, porque uma Cultura que está dependente do Estado não é livre. Em 2021, há companhias de Teatro em Portugal que têm apoios de câmaras, de autarquias, e que estão proibidas de abordar determinados temas.

No nosso caso, a Câmara Municipal de Oeiras (CMO), ao longo dos anos, deu mostras de permitir que a criação fosse tão livre quanto aqueles que a criam possam fazer. A CMO tem tido uma postura fantástica connosco. Mas eu tenho a certeza absoluta de que em algumas câmaras por este País fora, algumas delas muito próximas de nós, têm uma postura diferente. Alguns colegas meus, por todo o País, continuam a sofrer essas pressões, precisamente por estarem apoiados.

CL – De que forma ocorre a autocensura que referiu?

PAR – Eu gostava de não ter qualquer tipo de autocensura quando escrevo e tenho-a. Eu próprio imponho limites, há coisas sobre as quais eu decidi e decido, livremente (e isto não é censura), não fazer humor. São temas com os quais não me interessa fazer humor, apesar de eu achar que pode fazer-se humor com tudo, não há limites para o humor, não pode haver limites para o humor. Mas eu tenho alguns, que coloquei a mim mesmo.

Outra coisa é eu dizer a mim próprio: Se calhar convém não ir por aqui, porque posso ter problemas. Problemas vários. E hoje são muitos, muitos, com a questão do politicamente correcto. Não gosto nada e tenho medo do politicamente correcto. Por que caminho nos vai levar? Enfim, são muitos os temas que são relativamente difíceis, ou perigosos, de abordar, porque sabemos que vamos ter uma chuva de críticas tremenda. Respeitando todos os outros, eu gostava de estar numa sociedade onde se pudesse falar de tudo da forma mais aberta possível. E, nesta matéria, acho que estamos a andar para trás.

NOVAS CONVERSAS DE ‘H2M1’ NA CALHA

A série de comédia ‘H2M1’, com textos assinados por Pedro Almeida Ribeiro, já vai a caminho da parte V. A parte I teve o título genérico ‘H2M1’, alusivo ao facto de a peça ser interpretada por dois homens e uma mulher. Seguiram-se ‘Conversas do Pirilau’ (parte II), ‘Um Bico… d’Obra’ (parte III) e ‘A Alzheimer é Lixada’ (parte IV).

Neste momento, o autor está a reunir uma série de ideias para escrever o texto da próxima comédia que vai subir ao palco do TIO, sendo que esta parte V, ainda sem data de estreia prevista, terá um novo personagem: Deus.

Além das várias edições de ‘H2M1’, Pedro Almeida Ribeiro assinou ainda a comédia ‘A Vida é Bela, a Morte é que dá cabo dela!’, além de ser autor de vários musicais para o público mais jovem apresentados no TIO, nomeadamente: ‘Super Gotinha’, ‘Escola de Bruxas 3 – A Última Aula’, ‘Os Putos Contra-atacam’ e ‘No Reino da Felicidade’.

 

 

Autor: Luís Curado

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