Oeiras mantém aposta na mobilidade e transportes

Recentemente, as Câmaras Municipais de Lisboa, Loures e Oeiras fizeram saber que estão apostadas em promover um projecto conjunto capaz de garantir ligações mais rápidas entre as zonas limítrofes de Lisboa. A intenção de avançar com um Metro Ligeiro à Superfície nos três concelhos foi já aprovada nas respectivas assembleias municipais.

De acordo com o que foi anunciado, o projecto tripartido visa construir uma linha ribeirinha (LIOS, Linha Intermodal Sustentável) com cerca de 24,5 quilómetros de extensão, com base num orçamento estimado de 490 milhões de euros, distribuídos entre parque de material e oficinas e material circulante.

O protocolo de cooperação assinado pelos três municípios que partilham a zona ribeirinha da capital, pelo Metropolitano de Lisboa e pela Carris, tem por objectivo a criação de uma solução de Metro Ligeiro à Superfície entre Alcântara e a Cruz Quebrada (Oeiras), e entre Santa Apolónia e Sacavém (Loures).

Pretende-se assim criar um eixo viário estudado há muito para a Área Metropolitana de Lisboa (AML), que permitirá tornar mais eficiente a rede de transportes públicos e assegurar uma ligação mais rápida entre as zonas ribeirinhas dos três municípios e as principais interfaces de transportes em Lisboa.

COMBUS VAI COBRIR TODO O CONCELHO

No âmbito desta aposta numa política de transportes capaz de dar uma resposta mais eficaz às necessidades actuais, o município de Oeiras mantém ainda outras frentes de exploração neste domínio. Uma delas é o serviço COMBUS, um sistema de transporte gratuito disponibilizado pela autarquia, que tem sido alargado a várias freguesias do concelho.

Neste domínio, a promessa do actual executivo é o alargamento do serviço a todas as freguesias de Oeiras. “O serviço COMBUS irá ser alargado às restantes freguesias do concelho, nomeadamente Barcarena, Porto Salvo e Carnaxide/Queijas até ao final do presente ano”, confirma a Câmara Municipal de Oeiras (CMO).

“Está previsto o serviço nas freguesias atrás referidas nos mesmos moldes do que já actualmente existe em Algés, Cruz Quebrada/Dafundo, Linda-a- Velha, Oeiras, Caxias e Paço de Acos, isto é, um serviço que procura colmatar a falta de oferta dos operadores de transporte público licenciados, tanto ao nível dos percursos como da cobertura horária”, acrescenta o executivo liderado por Isaltino Morais.

SATUO À ESPERA DE MELHORES DIAS

Outra das apostas lançadas em Oeiras em matéria de transportes foi o Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras (SATUO), um sistema de transporte urbano de passageiros assegurado por uma ferrovia traccionada por cabo, sem tripulação, que funcionou desde o centro histórico de Paço de Arcos até ao Centro Comercial Oeiras Parque ente 2004 e 2015, altura em que foi encerrado devido a prejuízos acumulados.

No âmbito da campanha para as eleições autárquicas de 2017, Isaltino Morais, que lançou o projecto com o propósito de o levar até ao Cacém, com passagens pelo Lagoas Park e TagusPark, ambos em Porto Salvo, fez saber que se fosse eleito iria retomar a aposta de acabar de construir o projecto SATUO, possibilitando assim uma ligação entre a Linha de Cascais e a Linha de Sintra.

A instalação da Faculdade de Medicina da Universidade Católica junto ao TagusPark e o provável lançamento de novos projectos nos dois parques empresariais e tecnológicos poderão dar um novo fôlego ao SATUO, que continua a aguardar melhores dias para poder ser reaberto, ampliado e/ou readaptado, de forma a poder cumprir o propósito para que foi criado em 2004.

Para já, a autarquia garante que “não estão previstos mais projectos para além dos já referidos” ao nível da mobilidade e transportes públicos para os próximos anos, assinalando que o Metro Ligeiro à Superfície, o SATUO e o COMBUS “provam bem a estratégia de investimento traçada pelo actual Executivo na área da Mobilidade e Transportes Públicos”.

TRAVESSIA RODOVIÁRIA ENTRE ALGÉS E TRAFARIA

Outra aposta da CMO em matéria de mobilidade é a construção de uma travessia rodoviária sobre o rio Tejo, entre Algés e a Trafaria, na margem Sul, em Almada. Uma ideia já com 30 anos que Isaltino Morais tem defendido, argumentando que a CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa) só ficará completa quando estiver assegurada a ligação a Almada.

O autarca oeirense defende que a nova travessia que permitiria ligar os concelhos de Oeiras e Almada é de “extrema importância” para o desenvolvimento da Área Metropolitana de Lisboa (AML), ao nível da mobilidade e com vista a uma melhor distribuição do tecido empresarial local, actualmente mais concentrado na margem Norte do Tejo.

Até ser alcançado o objectivo de construir esta nova infra-estrutura, que permitiria descongestionar o tráfego automóvel em outras vias estruturantes na AML, como sejam as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, a Circular Regional Exterior de Lisboa (CREL) e a Auto-estrada da Costa do Estoril (A5), Isaltino Morais considera que só existe uma “meia CRIL”.

Autor: Luís Curado

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