Cooperativa de Sintra ajuda agricultores a enfrentar pandemia

A Cooperativa Agrícola de Sintra conta com 68 anos de trabalho em prol da promoção e do fomento da Agricultura do concelho. Actualmente tem cerca de três mil associados e seis lojas espalhadas pela região. A nova Administração pretende dar continuidade ao trabalho já feito e reforçar os serviços prestados aos agricultores. O jornal ‘O Correio da Linha’ falou com Vicente Paulo, Presidente da Cooperativa, para ficar a conhecer melhor o trabalho desta instituição. 

Jornal ‘O Correio da Linha’ (CL) – Quando e com que objectivo nasceu a Cooperativa Agrícola de Sintra?

Vicente Paulo (VP)– A Cooperativa Agrícola de Sintra funciona desde 1952, actualmente conta com seis lojas implantadas no concelho de Sintra (Albarraque, Arneiro dos Marinheiros, Colares, Mem Martins, Sabugo e Sintra), é uma Cooperativa que se dedica à comercialização de todos os produtos necessários ao desempenho da actividade agrícola e da jardinagem, de modo a satisfazer os seus associados e clientes (não-associados).

Foto: Paulo Rodrigues

CL – Quais os serviços prestados pela Cooperativa?

VP– A Cooperativa Agrícola de Sintra presta basicamente os seguintes serviços: assistência técnica a máquinas Stihl e Honda, marcas que representa e para as quais possui oficina própria; aluguer de pequenas máquinas agrícolas e de jardinagem; aluguer de câmaras frigoríficas para armazenagem de frutas e hortícolas; gabinete de apoio e assistência técnica agrícola; balcão de candidaturas a medidas de apoio para a agricultura e gasóleo agrícola.

CL – Ponderam vender produtos produzidos pelos agricultores nas vossas lojas como forma de promover a Agricultura no Concelho?

VP– Claro, esse é um dos grandes objectivos da actual Administração. Embora actualmente já sejam comercializados vários produtos produzidos no concelho de Sintra, tais como a já muito conhecida maçã reineta do litoral sintrense ou o vinho de Colares. Também comercializamos nozes de Sintra, abóboras e batata doce. No entanto, prevemos alargar este leque de produtos nesta campanha e possuir também factores de produção para a Agricultura Biológica bem como os respectivos produtos aí produzidos desse modo. 

Foto: Paulo Rodrigues

CL – Quantos são os vossos associados e quais as mais-valias de se ser associado?

VP– Actualmente teremos cerca de três mil associados, os quais têm a vantagem de comprar todos os produtos a preços mais reduzidos, embora o comum cliente, não-associado, encontre já nas nossas lojas muitos produtos abaixo dos preços de mercado. Os associados podem ainda participar nas assembleias gerais, obter gasóleo agrícola, rodoviário e de aquecimento colocado na sua residência a preços muito vantajosos e efectuar compras a crédito nalguns equipamentos. Estes beneficiam ainda de apoio técnico e, a breve trecho, poderão, eventualmente, beneficiar da prestação de serviços pela Cooperativa não só na área agrícola, mas também na jardinagem.

CL – Recentemente foi eleita uma nova Administração. Quais os objectivos para o futuro?

VP– A nova Administração pretende dar continuidade à solidificação económico-financeira da Cooperativa, criando melhores condições para os associados e clientes em geral, garantindo a presença dos produtos que procuram a preços competitivos, bem como criar mais vantagens para os seus colaboradores

Foto: Paulo Rodrigues

CL – Que medidas foram tomadas para ajudar a combater a pandemia COVID-19? 

VP– Desde o primeiro momento, perdemos alguns colaboradores por vários motivos, tais como o facto de terem idade avançada ou de quererem salvaguardar a saúde dos seus familiares mais próximos. Essa realidade tornou muito mais difícil a concretização dos nossos objectivos iniciais, os quais passavam pela criação de turnos rotativos. Como tal não foi possível, tivemos que nos manter todos em funções, tendo para tal sido tomadas todas a medidas de afastamento social previstas em cada momento. Desde o início, foram aplicados acrílicos de protecção nos balcões, posteriormente os colaboradores passaram a usar luvas e, por fim, máscaras e viseiras. Foi também implementada a utilização frequente de gel desinfetante. 

CL – De que forma é que os efeitos desta pandemia se têm feito sentir nas receitas da Cooperativa?

VP– Felizmente não se registam quebras de vendas, tem havido um acréscimo de trabalho muito significativo por parte dos colaboradores da Cooperativa, nomeadamente com a venda de produtos para autoconsumo, de subsistência, tais como plantas hortícolas, pintos e sementes.

Foto: Paulo Rodrigues

CL – Dada esta situação, quais são as expectativas para os próximos meses?

VP– Estamos preocupados, sobretudo pela forma como tem evoluído o número de ocorrências de COVID-19 na região em que nos inserimos. Vamos continuar com a máxima protecção, sendo optimistas e acreditando que não haverá um novo surto e que, brevemente, chegará a tão desejada vacina permitindo que tudo volte à normalidade. Ainda que esta não seja igual ao que era antes, terá contudo o efeito de reduzir a pressão que paira sobre todos e cada um de nós.

CL – Como medida preventiva de combate à COVID-19, o Instituto Nacional de Estatística suspendeu o Recenseamento Agrícola presencial e deu continuidade ao processo através do telefone. Como vêem esta medida? 

VP– Não nos podemos pronunciar porque desconhecemos se os inquéritos se mantiveram ou foram adaptados à situação em causa. Sabemos, por experiência, que quando feitos presencialmente existem muitas respostas às quais os inquiridos dizem fugir ou respondem da forma que julgam mais conveniente para eles, não traduzindo, nalgumas questões, a realidade dos factos.

Autor: Paulo Pimenta

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.