A 16.º Tertúlia de Artes e Letras, em Oeiras, teve lugar no dia 21 de fevereiro, no Clube Alto da Barra, numa sessão presidida por Helena Chaves Ferreira e com a presença do coronel Barão da Cunha, tendo como convidados o arquitecto Manuel da Maia e o diretor do jornal “O Correio da Linha”, Paulo Pimenta.
A tertúlia contou com uma exposição de pintura com 15 obras de Manuel da Maia e exemplares de jornais representativos do percurso de “O Correio da Linha” ao longo dos 30 anos e também exemplares de trabalhos do fotojornalista, Diogo Pimenta, que mostraram uma das primeiras técnicas de reprodução de fotografia.
O coronel Barão da Cunha fez a apresentação dos convidados e referindo as pinturas, os jornais e os livros da colecção “Fim do Império”, expostos nesta sala.
O arquitecto Manuel da Maia começou por dizer que foi uma honra poder expor os seus trabalhos nesta tertúlia e que enquanto fazia o curso de Arquitectura considerava que o seu ponto fraco era ter pouco jeito para desenhar, todavia quando frequentou um curso de Pintura verificou que com trabalho se consegue ultrapassar as nossas dificuldades, e mais recentemente com as aulas de Carlos Solano de Almeida, a qualidade da sua pintura melhorou muito.
O director do jornal “O Correio da Linha”, Paulo Pimenta, começou por referir que há 30 anos esta publicação tinha o nome “Correio da Costa do Estoril” e só, em 2000, mudou para o nome actual estando, quando começou, integrado num universo de 15 jornais, o que considera serem muitos para uma área como é a dos concelhos de Oeiras e Cascais.
“O Correio da Linha”, com 360 edições publicadas, sempre contou com uma boa equipa de jornalistas, cujos trabalhos conseguiram diversos prémios de jornalismo, uns atribuídos pela Câmara de Cascais outros pela Câmara de Oeiras e também em concursos a nível nacional. Em 1992 o jornal foi considerado um dos melhores da imprensa regional e também ao longo dos anos o seu trabalho mereceu o reconhecimento de diversas empresas e instituições, de que foram exemplo algumas placas expostas e onde se encontrava a Medalha de Mérito Grau Prata, atribuída pelo Município de Oeiras aquando dos 25 anos do Jornal.
Ao longo dos anos foram feitos muitos suplementos temáticos e em 1998 foi lançada uma revista, a “Prestígio”, da qual só foi publicado um número por ter havido a solicitação de uma instituição bancária para cedência do título.
Referiu Paulo Pimenta que uma faceta deste órgão de comunicação é a sua preocupação social, que levou a que fossem criados eventos dirigidos às crianças, como concursos em colaboração com as escolas e também com instituições de solidariedade social, tendo em vista as crianças de famílias mais desfavorecidas, às quais, na época natalícia, com a colaboração do saudoso, Fernando Coelho, que deixava crescer as barbas e se vestia de Pai Natal, eram distribuídas prendas.
Neste âmbito também os idosos mereceram a atenção do jornal, com a realização de uma exposição na galeria da Fundação Marquês de Pombal, dos trabalhos realizados nas diversas instituições do concelho de Oeiras. Com muito sucesso, realizou também durante sete anos um concurso de fotografia a nível nacional.
O fotojornalista Diogo Pimenta explicou o processo fotográfico que apareceu em 1851, designado “Clódio Húmido”, e do qual apresentou uma mostra de trabalhos. Este método utilizava o colódio, que era aplicado em placas de vidro e sensibilizado com nitrato de prata.
Nesta tertúlia, que contou com 28 presenças, também intervieram Silvério Dias e José Marreiros, da Voz de Paço de Arcos. A próxima tertúlia está prevista para dia 21 de Março (Dia da Poesia), CAB, 17.ª, com apresentação do livro do coronel Albano Mendes de Matos, ‘Meninos da Mucanda’, e de poesia, dita por várias pessoas.