“Ser Presidente da minha União de Freguesias, mais do que um orgulho pessoal, é uma honra. Vivo neste território há quase 30 anos. É a minha terra! Talvez por essa razão, por me considerar parte desta terra, vivi o mandato que agora termina na rua, procurando sentir, a cada dia, o pulsar dos fregueses”, afirma Inigo Pereira, que apresentou recentemente a sua candidatura a um segundo mandato à presidência da União de Freguesias de Carnaxide e Queijas (UFCQ), no concelho de Oeiras.
O convite para voltar a integrar as listas de candidatos do movimento independente Isaltino – Inovar Oeiras de Volta nas próximas eleições autárquicas, a marcar em Setembro ou Outubro, surgiu em forma de elogio assumido pelo líder do movimento, que decidiu renovar o convite feito em 2017. “Durante o mandato que agora termina, Inigo Pereira revelou-se um excelente Presidente da UFCQ, atento aos problemas reais dos fregueses”, justificou o presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO).
O jornal ‘O Correio da Linha’ falou com o novamente candidato à presidência da UFCQ, que destaca o principal motivo de orgulho nos quatro anos do seu mandato e revela o que ainda gostava de concretizar caso venha a ser reeleito para o cargo. As linhas fortes da sua recandidatura, as dificuldades impostas pela crise sanitária decorrente da pandemia COVID-19 e a política social que tem vindo a ser implementada na União de Freguesias são outros temas a merecer particular atenção nesta entrevista.
No momento de fazer o balanço dos quatro anos do seu mandato, Inigo Pereira não se esquece também de endereçar um agradecimento especial aos funcionários da sua União de Freguesias, pela forma profissional e empenhada como apoiaram, e continuam a apoiar, os fregueses mais afectados pelos impactos negativos da pandemia, que deseja poder ser ultrapassada rapidamente para retomar “a tranquilidade e regularidade que todos estávamos habituados a ter”. Um desejo partilhado por muitos.
Jornal ‘O Correio da Linha’ (CL) – Nestes quatro anos de mandato, o que destaca com maior orgulho na sua Presidência à frente da UFCQ?
Inigo Pereira (IP) – Enquanto autarcas, o maior orgulho que podemos ter é verificar que as nossas acções, de maior ou menor dimensão, são genericamente reconhecidas pela população. Nestes quatro anos de mandato, este sentimento de reconhecimento e de satisfação por parte da população aconteceu muitas vezes, pois fomos ouvindo as pessoas e tentámos ir sempre ao encontro das suas necessidades.
Por vezes, a resolução de pequenos problemas, tais como buracos nos passeios ou em estradas, ou a falta de guardas de protecção ou corrimãos, são altamente reconhecidos pela população, porque, na realidade, podem ser esses os grandes problemas do seu dia-a-dia.
Objectivamente, senti muito orgulho com a inauguração do novo edifício da USCQAL – Universidade Sénior de Carnaxide e Queijas, a abertura do pólo da Universidade em Queijas, a abertura do Centro de Enfermagem de Queijas, a abertura do pólo da Refood, também em Queijas, e as várias melhorias que ocorreram nos Mercados Municipais de Carnaxide e Queijas e no Cemitério Municipal de Carnaxide.
Destaco também, com muito orgulho, o profissionalismo de todos os nossos funcionários, por todo o apoio que deram – e dão – durante este período de pandemia a toda a comunidade e, em especial, às pessoas mais afectadas pelo impacto negativo da doença. As nossas equipas de limpeza urbana e de manutenção do espaço público foram reformuladas, estando actualmente capacitadas para realizar intervenções de maior dimensão e mais complexas.
Para além dos trabalhos simples de reparação de buracos em passeios, correcção de sinalética e de pilaretes, criámos rampas de acessos, substituímos calçada de vidraço por piso antiderrapante, entre outras tarefas. Criámos também brigadas para operarem, aos sábados, na desinfecção de túneis, contentores, ecopontos e paragens de autocarros.
Melhorámos o espaço público, nas diversas dinâmicas da sua utilização e visibilidade, em termos de limpeza e cuidado, sinais actualmente bem visíveis e marcantes nas nossas ruas e locais, de passagem ou de permanência.
Ao nível dos eventos culturais, continuámos no bom caminho, revitalizando as Festas da Nossa Senhora da Rocha, as Festas de Queijas, em honra de S. Miguel Arcanjo, e as Festas de Carnaxide, em honra de S. Romão, assim como as Festas de Santa Catarina e de Nhu Santiago. A juntar a estas festas religiosas, criámos os eventos temáticos da Feira Medieval, Feira do Chocolate, Feira à Moda Antiga e a Feira do Fumeiro, envolvendo sempre nestes eventos todas as associações e artistas locais. Eventos que a pandemia travou temporariamente, mas temos esperança de que, pela dinâmica criada nas suas organizações, se retomarão logo que as circunstâncias o permitam.
Aproveito para destacar, neste contexto, que todos os trabalhos e projectos que referi foram realizados sempre em articulação e com todo o apoio do Município de Oeiras.
“APESAR DO QUASE TUDO FEITO, FALTA FAZER QUASE TUDO”
CL – O que ainda falta fazer? Que obras/iniciativas estão programadas até ao final do seu mandato?
IP – Apesar do quase tudo feito, falta fazer quase tudo, porque cada instante cria a necessidade do novo instante. A minha visão é a de que não devemos ocupar o tempo a perpetuar o passado. Do passado é importante analisarmos o percurso feito, corrigirmos os erros e criarmos o foco no futuro. É desta forma que coordenamos a quase generalidade das iniciativas da autarquia.
A título de exemplo, vale a pena referir que, devido à imensa procura por parte das populações, o Centro de Enfermagem de Queijas necessitava de um alargamento de horário. Para satisfazer essa necessidade, solicitámos apoio financeiro ao Município de Oeiras, que correspondeu ao nosso pedido, possibilitando que, desde o início de Junho deste ano, o Centro de Enfermagem de Queijas tenha passado a funcionar mais horas por dia. O próximo passo será criarmos a possibilidade de disponibilizar mais serviços.
Relativamente ao Mercado Municipal de Carnaxide, temos a convicção de que será necessário alterar a estratégia de atractividade e de desempenho deste equipamento comercial, no qual, desde o início do nosso mandato, já foram realizados diversos melhoramentos e acções para atrair comerciantes e clientes. Ainda durante este mês de Junho, vamos iniciar as obras de reabilitação dos WCs da zona central e inaugurar a esplanada recém-criada. Actualmente as lojas estão todas ocupadas, prevendo-se abrir mais três espaços de restauração, na perspectiva de atrair mais pessoas. Porém, verificámos algumas oscilações de opção por parte dos comerciantes, por não estarem interessados em bancas, mas sim em espaços fechados, situação que estamos a estudar no sentido de encontrarmos a melhor forma de a resolver.
O Cemitério de Carnaxide continuará a ser objecto de melhoramentos, estando previstas a reabilitação dos acessos aos talhões e a construção de um ossário. Por sua vez, a USCQAL – Universidade Sénior de Carnaxide e Queijas vai abrir o novo ano lectivo em modo misto, online e presencial, com uma redução de 50% no valor das propinas dos alunos.
Quanto ao Mercado de Queijas, contamos ter reabilitado todo o exterior até ao final de Agosto deste ano, com reforço de iluminação em conformidade com as obras que actualmente decorrem na Praça Central de Queijas. Vão ser reabilitados também os WCs e o corredor principal.
Entretanto, a pedido da população, estamos a melhorar os acessos pedonais da Alameda de Queijas com a colocação de lajetas anti-derrapantes, mais seguras para quem ali circula. Ainda para Junho, temos programada e reabilitação do piso da ponte pedonal entre o Bairro da Outurela e S. Marçal.
A par destas intervenções, já planeadas, temos equipas de manutenção dos espaços verdes e de pequenas reparações nas escolas de ensino pré-escolar e do 1º ciclo, para cuidarem de pequenos arranjos locais, bem como equipas de intervenção, a trabalhar na manutenção do espaço urbano, mobiliário e sinalética.
CL – A recta final do seu mandato tem sido afectada pela pandemia COVID-19. Como foi a adaptação a esta nova realidade na União de Freguesias que lidera?
IP – Não há nada que prepare um autarca para este tipo de acontecimento a nível global. Estou certo de que este será um período que nunca irei esquecer enquanto autarca. A pandemia COVID-19 forçou a mudanças constantes da dinâmica habitual da União de Freguesias, quer pelo confinamento obrigatório, quer pelos desconfinamentos graduais. Neste período não tem sido possível realizar um conjunto de actividades e eventos que habitualmente trazem a Carnaxide e Queijas outras dinâmicas de ajuda ao tecido sócio-económico do território. Temos realizado outras, integradoras das soluções para os problemas que a pandemia nos trouxe, em nome da saúde das pessoas, do seu bem-estar, porque a nossa obrigação, enquanto autarcas e cidadãos, é a de contribuir para a travagem dos efeitos da pandemia.
Quando avalio esta crise sanitária, não a observo sob o ponto de vista de impacto sobre o meu mandato. Não é essa a prioridade. A prioridade é dar resposta aos que foram afectados pelas várias variáveis da pandemia, que necessitam de apoio médico, social, alimentar e económico. É preciso relembrar também os que partiram e confortar os seus familiares e aqueles que lhes eram mais próximos.
CL – Quais os sectores da população que mais necessitaram de apoio durante as várias fases do confinamento?
IP – Durante o período de pandemia tivemos que ter em atenção toda a população. Logo à partida, foi necessário reformular o nosso Gabinete de Acção Social, que passou a trabalhar com maior proximidade e articulação com os técnicos da Divisão de Coesão Social do Município de Oeiras. Mantivemos o apoio regular a todas as famílias já sinalizadas, mas com muita atenção às novas situações de carência social. Esta pandemia, infelizmente, afectou todas as classes sociais. Tivemos de dar apoio a várias famílias da classe média, que tinham a sua vida estável, e que de um momento para o outro perderam tudo. Apoiámos vários trabalhadores da área da restauração, dos espectáculos, vendedores e outros. Os idosos mereceram também uma atenção especial. O isolamento e as dificuldades de mobilidade estavam no topo das nossas preocupações, mas o Gabinete de Acção Social estava já capacitado para, de forma eficaz, dar uma rápida resposta a essas necessidades.
Ao contrário de várias juntas de freguesia do País, que decidiram avançar com medidas de forma independente, entendemos que o melhor para a população de Carnaxide e Queijas seria unir esforços com a Câmara Municipal de Oeiras, delineando uma estratégia municipal comum para esta área. Para este efeito, foram criadas a Linha de Emergência Social, a Linha de Apoio Psicológico e a Linha de Voluntariado para todo o concelho. Encaminhámos voluntários da UFCQ para o Banco de Voluntários Municipal, para que pudessem dar apoio a todo o território oeirense. Ainda neste sentido, os colaboradores que estavam nos atendimentos – na sede em Carnaxide e na delegação em Queijas – passaram a apoiar o Gabinete de Acção Social. Neste contexto, importa destacar também o apoio financeiro, através do Fundo de Emergência Social, o apoio com refeições e o apoio através de cabazes alimentares, tal como a entrega mensal de cabazes alimentares a pessoas carenciadas e o reforço da nossa Mercearia Social, com apoio financeiro da autarquia.
“MEDIDAS DE PROTECÇÃO PARA GARANTIR A SEGURANÇA DE TODOS”
CL – Não deve ter sido fácil gerir os Mercados Municipais de Carnaxide e Queijas durante este período. Que tipo de apoios receberam os lojistas?
IP – Nesta fase de pandemia, os mercados municipais passaram a ter maior relevância, porque os operadores de serviços básicos e essenciais passaram a ter maior actividade e, como consequência desta situação, tivemos que implementar várias medidas de protecção e de higiene que foram exigidas pela DGS para garantir a segurança de todos. Vários lojistas tiveram que fechar durante a maior parte do tempo, enfrentando um impacto financeiro extremamente negativo. Com o apoio do Município de Oeiras, foi possível isentar as rendas de todos os concessionários em todo esse período.
Neste contexto, vale a pena referir novamente as intervenções que fizemos nos Mercados Municipais de Carnaxide e Queijas, que beneficiaram de várias melhorias, no sentido de proporcionar melhores condições de trabalho aos concessionários, e que permitiram atrair mais clientes em ambos os espaços.
CL – O facto de ter sido candidato independente à UFCQ foi uma vantagem ao longo do seu mandato, ou trouxe dificuldades acrescidas?
IP – O facto de ter sido um candidato independente e sem experiência partidária criou-me alguns problemas no início do mandato, principalmente na relação com alguns deputados da oposição. Tive, no entanto, a grande vantagem dessa independência por nos permitir abordar os vários desafios que tínhamos pela frente de uma forma mais livre e mais eficaz.
Ao longo do percurso, e devido ao excelente desempenho da autarquia, fomos apresentando muito trabalho de grande qualificação em todas as nossas áreas de acção. Trabalho dirigido à resolução dos problemas concretos, que contou sempre com o reconhecimento público e que foi esvaziando sistematicamente o conteúdo das críticas da oposição. Devo referir que o nosso principal objectivo foi sempre servir a população e não agradar à oposição.
CL – Entretanto, já apresentou a sua recandidatura à presidência da UFCQ.
IP – No passado dia 8 de Junho fui convidado pelo Dr. Isaltino Morais para ser novamente candidato nas suas listas. Aceitei prontamente, pela responsabilidade e consciência, que devo honrar, da confiança que os fregueses depositaram em mim em 2017, por acreditar que o trabalho político se faz no longo prazo, e, ainda, de que há muito para fazer.
Quero agradecer publicamente ao presidente Isaltino Morais a renovação da confiança que depositou e deposita em mim. Comprometo-me a tudo fazer para estar à altura das circunstâncias presentes.
CL – O que define como prioritário em termos de política social para os próximos anos na freguesia?
IP – Os próximos tempos não serão fáceis. Teremos que estar bem atentos à evolução da pandemia, à crise económica que estamos a vivenciar, e que irá permanecer, e aos imperativos da evolução temporal, que nos deslocam para os eixos do futuro, que temos que planear e preparar para as dinâmicas geracionais que nos conduzem para os próximos horizontes de vida.
Felizmente que o Município de Oeiras tem sabido ler os efeitos da pandemia e as circunstâncias sociais e económicas provocadas pela mesma, acautelando o futuro próximo numa dinâmica de gestão calculada de recursos, que permitam disponibilizar verbas para a gestão corrente das actividades de referência e, ainda, alguns meios necessários para que não falte nada a ninguém.
Aos fregueses que decidam renovar a sua confiança no nosso trabalho, no próximo acto eleitoral, podemos garantir o nosso empenho para prosseguir a nossa política de proximidade, tentando dar resposta às necessidades imediatas de cada um, ou de cada família, criando condições para a comunidade, no amparo e no estímulo, para enfrentarmos os próximos tempos com outra confiança.
CL – As Juntas de Freguesia deveriam ter mais autonomia para implementar políticas de proximidade?
IP – Implementar políticas de proximidade não é uma tarefa fácil. É necessário andar muito na rua, ouvir as pessoas com atenção e criar soluções para os seus problemas. Vários autarcas invocam a falta de autonomia para justificar a falta de políticas de proximidade. Temos de trabalhar, de nos adaptar às circunstâncias, dar cumprimento às nossas competências. No caso da UFCQ, resolvemos as questões de uma forma directa quando se trata de questões da competência da autarquia. Para outras situações, que sejam da responsabilidade do Município de Oeiras, ou de outras entidades, não nos desresponsabilizamos e intermediamo-las junto das instituições que estiverem em questão.
“É NECESSÁRIO CONTINUARMOS A TER CORAGEM E AMBIÇÃO”
CL – Ao ser eleito, em 2017, falou na necessidade de desenvolver coragem e ambição para levar em frente o seu projecto. Ainda acredita que estas são características fundamentais para um Presidente de Junta de Freguesia exercer as suas funções?
IP – O meu slogan de pré-campanha em 2017 foi “Coragem e Ambição”. Retirei da letra do hino de campanha do Presidente Isaltino Morais de 2005. Em 2017, fazia e fez todo o sentido, porque existia a necessidade de mudar o rumo que a nossa União de Freguesias e todo o concelho de Oeiras estavam a seguir. Havia a necessidade de mudança, e para tal, era necessário muita coragem e muita ambição. Actualmente, o movimento INOVAR OEIRAS DE VOLTA governa o Município de Oeiras e a maioria das Juntas e Uniões de Freguesias do nosso concelho.
Nestes quase quatro anos de governação, as Juntas de Freguesias têm as suas estruturas mais organizadas e eficazes. O Município de Oeiras tem investido a vários níveis para o melhoramento da vida dos munícipes. Estão a ser lançadas as bases que vão colocar Oeiras num patamar cada vez mais elevado a nível nacional e internacional. Veja-se o caso da candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura em 2027. Penso que é necessário continuarmos a ter “Coragem e Ambição” para consolidar e dar seguimento a tudo o que construímos ao longo destes quatro anos, bem como continuar a “INOVAR”, perante os vários factores que forem surgindo.
É necessário saber ouvir, termos persistência, acreditar nas pessoas e nas suas capacidades. É necessário muito rigor, trabalho e generosidade para levar a cabo esta missão. Por exemplo, em 2017, não tínhamos programado enfrentar a pandemia COVID-19, mas em 2020, e agora em 2021, fomos capazes de dar as melhores respostas de apoio à população, entidades e empresas, mantendo o concelho unido e coeso.
CL – Como tem sido a convivência com a Câmara Municipal de Oeiras?
IP – A convivência da nossa União de Freguesias com todas as instituições do concelho de Oeiras tem sido óptima. É muito importante conhecer as instituições e compreender as suas áreas de acção, pois temos de trabalhar em rede e, nesse sentido, aproveitar ao máximo a capacidade de cada uma delas. É essa a nossa visão. A Câmara Municipal de Oeiras tem dado um apoio excelente à nossa autarquia, não só às entidades da nossa União de Freguesias, mas a todo o concelho.
Todas as sextas-feiras, o presidente do Município de Oeiras tem as tardes reservadas para receber os presidentes de junta e de uniões de freguesia. Durante estes quatro anos, mantivemos uma relação de estreita proximidade com o Município de Oeiras, reportando todas as situações problemáticas, com necessidade de resolução. Durante todo o mandato, expusemos sempre todos os problemas que fomos tendo e, felizmente, fomos resolvendo em conjunto todas as situações que necessitavam de resolução.
Destaco ainda a excelente relação que fomos cultivando com todos os vereadores, dirigentes e funcionários da Câmara Municipal de Oeiras.
CL – Ao abrigo do novo contrato de Delegação de Competências assinado em Maio deste ano com o Município de Oeiras, que intervenções de manutenção estão previstas para as escolas da UFCQ?
IP – Com este contrato, passámos a assumir a manutenção de oito escolas do 1º ciclo e do pré-escolar, bem como mantivemos a gestão dos Mercados Municipais de Carnaxide e Queijas. Relativamente às escolas, e, ao abrigo deste contrato, temos tratado dos espaços verdes no interior dos estabelecimentos de ensino, bem como realizado pequenas reparações nos interiores. Estas intervenções têm permitido resolver vários problemas sinalizados em todos os estabelecimentos de ensino, proporcionando melhores condições de trabalho a professores, auxiliares e alunos. A UFCQ está totalmente capacitada para estas novas tarefas, respondendo às necessidades que vão surgindo e antecipando as intervenções prioritárias, sempre que as mesmas são assinaladas.
“GRANDES INVESTIMENTOS EM OEIRAS”
CL – Quais os principais investimentos públicos previstos para os próximos anos no território da UFCQ?
IP – O Município de Oeiras tem vindo a realizar grandes investimentos em Carnaxide e Queijas. Um deles, a nova Praça de Queijas, que será inaugurada em breve, mesmo ao lado do jardim do Mercado, será dotada de um novo espaço de diversão para as crianças, assim como será reabilitado o pavilhão polidesportivo.
Na zona do Santuário da Rocha, em Linda-a-Pastora, os passadiços de acesso a Carnaxide e o Eixo Verde Azul são já são uma realidade, prevendo-se para breve a requalificação de toda a envolvente do Santuário. Importante será também a obra da Via Longitudinal Norte, prevista para 2023, bem como a passagem pedonal entre Queijas e a Estrada Nacional, já em 2022. Ainda em Linda-a-Pastora, a Capela de São João Batista está a ser reabilitada e os Bombeiros vão beneficiar de um novo quartel.
Em Carnaxide será inaugurada, em breve, a nova sede da Sociedade Filarmónica local. Em 2022, vão arrancar as obras de reabilitação do Centro Cívico de Carnaxide. O Bairro Luta Pela Casa está a ser objecto de uma intervenção de melhorias a nível de pinturas e isolamento em todas as habitações. No Bairro de S. Marçal, o Espaço Multiusos vai ser uma realidade, abrigando o Projecto Família Global e a Escola de Judo, entre outros.
No âmbito do estacionamento, estão em marcha também alterações significativas, com o novo parque de estacionamento na Quinta da Nora, junto ao Quartel dos Bombeiros Voluntários de Carnaxide, com capacidade para 130 lugares. A estes lugares, vão ser acrescentados muitos mais, brevemente, no território da nossa União de Freguesias.
Aproveito para assinalar também todo o esforço que o Município de Oeiras tem feito na preservação da Serra de Carnaxide, uma das áreas verdes mais importantes do concelho. Com 44 hectares já na posse da Autarquia, a Câmara de Oeiras tem como objectivo adquirir mais terrenos para atingir cerca de 60 hectares, garantindo que nada será construído nesse espaço da Serra de Carnaxide, na parte que diz respeito ao território de Oeiras. A Autarquia tem vindo a enriquecer o património arbóreo do concelho, tendo plantado 3.100 árvores em 2020. É o futuro Parque Urbano Municipal da Serra de Carnaxide que ali está a nascer.
Estão previstos para todo o concelho de Oeiras grandes investimentos que apontam para a criação de infraestruturas essenciais de apoio à generalidade das populações que aqui vivem e trabalham, no sentido de lhes proporcionar usufruto e bem-estar em todos os âmbitos de actividade e missões, de lazer ou de carácter profissional.
CL – Um desejo para o futuro?
IP – O meu desejo para o futuro é o que ultrapassemos rapidamente a pandemia COVID-19 e a crise social e económica que está instalada, voltando com toda a tranquilidade à regularidade que estávamos habituados a ter.
A minha vontade e motivação para o futuro são os mesmos desde que iniciei esta caminhada: Servir a população de Carnaxide, Queijas, Linda-a-Pastora e dos Bairros Municipais, ajudando a criar melhores condições para a plena vida das suas vidas. Objectivos que temos conseguido cumprir com o apoio do executivo e dos trabalhadores da UFCQ, bem como com o apoio fundamental do Município de Oeiras e de todas as entidades e forças vivas do nosso território.