Eduardo Correia: “O País devia aprender com Oeiras”

“Esta é a minha casa!” A afirmação é de Eduardo Baptista Correia, Director Executivo do Taguspark-Cidade do Conhecimento. E de facto assim parece, tal é a dinâmica que o gestor implementou no maior parque de Ciência e Tecnologia da Península Ibérica. A sua relação com o Parque iniciou-se em Junho de 2012 ao assumir o cargo de administrador não executivo, situação prolongada até Fevereiro de 2018, quando chegou à direcção. Cinco anos depois, a sua visão do projecto está bem visível, a começar logo no ambiente com que deparamos ao cruzarmos a porta principal do Núcleo Central do Taguspark.

Obras de arte decoram as paredes, sobretudo pinturas de vários artistas, e a escultura em tamanho natural da ‘Girafa Lavoisier’, criada com chinelos de enfiar no dedo pelos artesãos da Ocean Sole, uma organização não-governamental sediada no Quénia, em parceria com a United to Remake, uma ‘startup’ instalada na Incubadora do Taguspark, ajudam a mostrar o novo paradigma. Tal como o pequeno mercado de produtos biológicos renovado todas as terças-feiras nas instalações, onde os funcionários deparam ao estacionar os carros no parque subterrâneo com graffitis de inúmeros artistas de arte urbana.

Foto: Paulo Rodrigues

O Taguspark está diferente e essa diferença manifesta-se. A Arte é um ponto de partida para expressar a criatividade, que está também presente na forma como encaramos a inovação, a ciência e as novas tecnologias. É ainda a Arte, adaptada a outra forma de expressão, o Teatro, que está em cena no Núcleo Central do Parque inaugurado em Porto Salvo (Oeiras), em 1992. Actualmente, estão ali disponíveis três espectáculos destinados a públicos diferenciados. E novas formas de Arte podem vir a invadir a Cidade do Conhecimento, revelou Eduardo Correia durante a conversa que mantivemos na sua ‘casa’ de eleição.

Jornal ‘O Correio da Linha’ (CL) – Como é dirigir um parque de Ciência e Tecnologia que gera elevadas expectativas?

Eduardo Correia (EC) – É um misto de uma enorme responsabilidade para com a marca Taguspark, para com o conceito Oeiras Valley (programa que visa transformar Oeiras no maior viveiro de inovação, criatividade e tecnologia em Portugal) e para com a nação. O Taguspark é o maior parque de Ciência e Tecnologia da Península Ibérica e, portanto, tem essa enorme responsabilidade.

Gerir o Taguspark é também um enorme privilégio, porque permite-me tornar operacional e prático todo um conjunto de realidades que defendo há muito que devem ser implementadas em Portugal e aqui têm vindo a ser implementadas nos últimos cinco anos, gerando resultados bastante acima daquilo que era inicialmente esperado.

CL – Como foi traçar esse percurso?

EC – Inicialmente, quando explicava o caminho que queríamos fazer, eram várias as pessoas com responsabilidades, nomeadamente com responsabilidades no Taguspark, que me diziam que isso não era possível, mas acabámos por mostrar que é possível em Portugal, com uma cultura diferente, com uma cultura mais meritocrática, com uma cultura de maior proximidade entre as pessoas, com as mesmas pessoas, transformar uma Economia que estava estagnada numa Economia vibrante, desenvolvida, bem posicionada, diferenciada. Portanto, gerir o Taguspark é este misto de uma enorme responsabilidade com um enorme privilégio.

CL – O que foi preciso mudar no projecto Taguspark?

Em 2018, recebemos uma marca que tinha sido relativamente negligenciada durante 10/15 anos e tivemos que transformá-la. Nestes últimos cinco anos, tivemos de actuar em várias frentes. Apostámos numa política de regeneração. Regenerámos o edificado, que estava bastante degradado por falta de manutenção. Regenerámos a arquitectura exterior, a jardinagem e a limpeza. Regenerámos a forma como nos relacionávamos com os nossos clientes. Regenerámos a cultura meritocrática de equipa, a forma como a equipa funciona. Regenerámos a relação com os fornecedores, por um lado mais exigência, por outro lado um maior grau de confiança na forma como pagamos, na forma como reconhecemos também o mérito dos nossos fornecedores.

Estes foram os pilares base que nos levaram logo numa primeira fase a definir claramente o caminho de regeneração e, por outro lado, a marcar para nós um posicionamento que começou rumo ao Parque Mais Cívico da Europa.

CL – Qual foi a situação encontrada?

EC – Quando iniciámos esta trajectória, tínhamos um território relativamente desleixado. Havia papéis e beatas no chão, veículos mal-estacionados, o território estava malcuidado. Percebemos que, para transformar o Parque, era necessário transformá-lo em comunidade, por isso chamámos todas as empresas residentes para uma primeira reunião onde definimos esta trajectória rumo ao Parque Mais Cívico da Europa, que na altura passava por zero beatas no chão, zero lixo fora do lugar, zero veículos mal-estacionados. Mais tarde, adicionámos o zero desperdício de água e o zero desperdício de energia. E chamámos a isto Civismo Comportamental. Gradualmente, fomos conseguindo a adesão da comunidade a este princípio de civismo e, hoje, há enorme dificuldade em encontrar coisas fora do lugar. Lixo no chão e veículos mal-estacionados passaram a ser raridades.

CL – Quais as restantes vertentes deste novo conceito implementado no Taguspark?

EC – Falei do civismo comportamental, mas depois adicionámos outras três peças, entre elas o civismo energético. Hoje, cerca de 30 por cento do nosso consumo total de energia já é proveniente de painéis fotovoltaicos nossos. Fomos a primeira entidade em Portugal a construir uma comunidade produtora de energia.

Depois passámos à fase do civismo na reciclagem. A ‘Girafa Lavoisier’ exposta no átrio do Núcleo Central do Taguspark é fruto dessa política. Há também uma ‘startup’ que recolhe as beatas depositadas nos cinzeiros que temos espalhados pelo Parque e as transforma em tijolos para a construção civil.

E, por fim, lançámos o último pilar de civismo que nos ajudou muito na política de regeneração do parque, que foi o pilar da dignidade laboral, o qual gostamos de enunciar como exemplo cívico, como exemplo meritocrático e como exemplo de que em Portugal é possível distribuir melhor a riqueza.

Foto: Paulo Rodrigues

ALINHADOS COM OS PRINCÍPIOS DE OEIRAS

CL – O que foi feito nesse domínio?

EC – Nós percebemos que havia nas equipas dos nossos prestadores de serviços residentes (limpeza, manutenção, jardinagem e segurança) uma proporção muitíssimo significativa de pessoas que ganhavam o salário mínimo nacional e que estavam aqui, no fundo, a olhar para o relógio para irem fazer no final do dia o seu extra, o seu biscato, para equilibrarem as finanças. E percebemos que havia desmotivação e falta de empenho, precisamente por essas pessoas não verem o seu trabalho reconhecido, por não sentirem que ganhavam aquilo de que necessitam para viver com dignidade mínima. Portanto, decidimos aumentar o pagamento aos patrões. Responsabilizámo-nos, através de uma alínea chamada prémio Taguspark, por aumentar essas pessoas, que ganhavam um salário mínimo, para 1.000 euros. Hoje, temos pessoas que ganham até bastante mais do que isso. Aqueles que já ganhavam um bocadinho mais, viram também os seus salários aumentados.

CL – Uma questão de dignidade laboral…

EC – Para nós, a dignidade laboral significa fornecer a quem trabalha o reconhecimento, a recompensa económica mínima possível para que as pessoas possam ambicionar com alguma segurança pôr os filhos numa trajectória de educação para poderem ter um futuro mais seguro. Essa é a nossa obrigação. Além disso, nós somos híper-leais e híper-alinhados naquilo que são os princípios de Oeiras.

Oeiras é um exemplo nacional em termos de políticas de elevador social. Somos, indiscutivelmente, o município que melhor percurso fez nas últimas décadas. Se Portugal tivesse crescido ao nível que Oeiras cresceu, Portugal era hoje, ao contrário do que tem vindo a acontecer, um dos países da linha da frente na Europa. Portanto, o País devia aprender com Oeiras.

Como elemento muito importante no desenvolvimento de Oeiras, temos essa obrigação de levar ainda mais longe aquilo que são as bandeiras de elevador social, equilíbrio social e distribuição de riqueza que há décadas se vivem em Oeiras.

CL – Pode depreender-se que existe um bom relacionamento com a Autarquia?

EC – O relacionamento com a Autarquia é de grande proximidade. Nós vemo-nos como uns agentes políticos também, de apoio àquilo que são as políticas preconizadas nas últimas décadas pelo executivo camarário.

CL – O Taguspark recebe algum apoio da Câmara?

EC – O Taguspark é uma sociedade anónima, de direito privado, e, portanto, é gerida de acordo com as regras de uma empresa privada. Como tal, não recebemos nenhum subsídio. O parque é gerido segundo aquilo que são os princípios do capitalismo, que obriga a usarmos os nossos meios próprios para gerar rentabilidade, para gerar sustentabilidade. Eu até costumo dizer que nós não somos uma organização obcecada pelo lucro, de todo. Somos, sim, uma organização, do ponto de vista económico-financeiro, obcecada com a sustentabilidade. E a sustentabilidade é um conceito substancialmente mais vasto do que a rentabilidade, porque a rentabilidade é uma óptica estritamente de remuneração dos capitais dos accionistas. Nós consideramos que temos responsabilidades para com um ecossistema substancialmente mais alargado. E esse ecossistema é o território onde estamos inseridos, são as pessoas que trabalham connosco e para nós, é o próprio município, é a própria fiscalidade que temos de ajudar a produzir e, acima de tudo, a qualidade de vida e a felicidade. Portanto, nós somos uma organização que tem de ser rentável, evidentemente, porque não tem outra forma de sobreviver, mas somos uma organização que não tem por fobia, por obsessão, o lucro.

CL – Já estão ultrapassadas todas as dificuldades encontradas em 2018?

EC – Nós temos uma filosofia de trabalho que é tentar fazer hoje melhor do que fizemos ontem e acreditar que amanhã ainda faremos melhor do que fizemos hoje. Portanto, para nós, não há limites. Nós sentimos que temos a obrigação de ajudar a preparar o Taguspark para a longa vida que ainda tem pela frente, daí o conceito de sustentabilidade. O projecto concluiu os seus primeiros 30 anos, mas nós vemos o Taguspark para o próximo século. Nós não estaremos cá, mas é nossa obrigação garantir que preparamos o Parque para as próximas gerações, tal como a geração dos pais fundadores preparou uma peça absolutamente extraordinária à frente do seu tempo. É nesse ritmo e nessa lógica que nós nos posicionamos.

Foto: Paulo Rodrigues

“CHAMAMOS A ISTO MERITOCRACIA”

CL – Quais os principais desafios para os próximos anos?

EC – Os desafios do Taguspark são relativamente fáceis de enumerar. Nós queremos garantir que construímos um exemplo de comunidade/cidade, onde o desenvolvimento e o crescimento económico à base de projectos baseados em ciência e tecnologia de ponta, orientados para a melhoria das condições de vida da Humanidade, são uma realidade em Portugal e contribuem para a sustentabilidade da Economia portuguesa, para a sustentabilidade do emprego e para a qualidade de vida das comunidades que interagem connosco.

CL – Como é que isso se faz?

EC – Isto faz-se fazendo boa arquitectura, diminuindo a pegada de carbono, estabelecendo relações de confiança com os vários actores da comunidade, tentando ser um exemplo constante de boas práticas humanistas, mas por outro lado, e simultaneamente, de uma enorme exigência. Chamamos a isto a Meritocracia.

CL – Actualmente, quantas ‘startups’ estão instaladas no Taguspark?

EC – Nós temos capacidade para acolher entre 20 e 35 ‘startups’, dependendo da sua dimensão. Neste momento, estamos com 27/28 ‘startups’. Tem vindo a crescer. Temos vindo a investir neste domínio.

CL – Desde o início, quantas ‘startups’ passaram pelo Taguspark?

EC – Mais de uma centena.

CL – Quais são as ‘startups’ mais recentes?

EC – As últimas ‘startups’ que entraram foram a Bandora (transformação digital e energética de edifícios) e a TimeView (videovigilância). São duas ‘startups’ que ganharam o prémio do evento Pitch at the Beach, realizado na Marina de Oeiras, que concede a incubação directa na incubadora do Taguspark.

Foto: Paulo Rodrigues

CL – A captação de novas ‘startups’ passa essencialmente por esta iniciativa?

EC – Não. Essa é uma iniciativa completamente única, em que o prémio para as vencedoras passa pela incubação. Nós temos uma metodologia própria, promovemos um ou dois anúncios públicos de chamada por ano. Concorrem várias ‘startups’ e temos um comité independente que faz a avaliação das empresas concorrentes. Nós temos a palavra final, mas desde que tenho esta função, não me lembro de termos contrariado uma única indicação dessa comissão independente. Durante o ano, vamos tendo também candidaturas espontâneas e, excepcionalmente, fora das chamadas, organizadas e públicas, aceitamos uma candidatura espontânea.

CL – Qual é o envolvimento do Taguspark no acompanhamento das ‘startups’, sendo que, muitas vezes, os responsáveis destas estão mais concentrados no desenvolvimento dos projectos descurando a necessidade de os promover/’vender’?

EC – Essa vertente falta a uma proporção muito significativa das ‘startups’. Elas são extremamente focadas no conceito, no produto, e estão mal preparadas em conceitos como a gestão. A gestão da incubadora por parte do Taguspark passa por entregar às ‘startups’ incubadas um conjunto de acesso a serviços de consultoria, gestão, apoio na comunicação, apoio legal, divulgação e aproximação entre investidores, ‘business angels’ e ‘startups’.

Nós não nos metemos na gestão das ‘startups’, não damos conselhos nenhuns, mas exigimos o cumprimento das nossas regras, nomeadamente as nossas regras de civismo. Temos um programa de evolução que acompanha as várias etapas atingidas pelas ‘startups’ e temos um programa de apoio com entidades exteriores e independentes que identificam e apoiam um caminho de estruturação e de crescimento com vista à autonomia das empresas emergentes.

CL – Quantas ‘startups’ incubadas no Taguspark tiveram sucesso?

EC – Desde 2011, não temos qualquer indicação de alguma ‘startup’ que tenha ido à falência.

Foto: Paulo Rodrigues

AEROESPACIAL E ECONOMIA MARÍTIMA

CL – Quais as áreas em que têm surgido mais ‘startups’?

EC – Tem sido nas áreas de produção de software para novas tecnologias e também na Saúde, porque somos uma incubadora que tem também uma componente laboratorial, o que é raro em Portugal, por isso atraímos muitas empresas na área dos laboratórios para investigação pura e dura nas chamadas ciências da vida. Ultimamente, começam a aparecer coisa novas, por exemplo, no aeroespacial e drones.

Os empreendedores vão acompanhando a inovação e nós estamos muito abertos a uma amplitude relativamente alargada de ‘startups’. Contudo, nós estamos cada vez mais a alinhar num ‘network’ que envolve o Instituto Superior Técnico, todas as instituições de Ciência residentes no Município e também a Marinha Portuguesa. Estamos a dar passos para, gradualmente, nos posicionarmos como uma incubadora apostada na dinamização do Aeroespacial e da Economia Marítima.

CL – Actualmente, fala-se muito em ‘Unicórnios’. Passou algum pelo Taguspark?

EC – Na nossa história temos um ‘Unicórnio’. É esse o objectivo de qualquer startup: atingir o valor global de mil milhões de euros (um bilião). O nosso ‘Unicórnio’ é a Talkdesk, um projecto nascido em 2007/2008, fundado por dois alunos do Instituto Superior Técnico, entidade residente no Taguspark. Hoje, é uma empresa mundialmente reconhecida, cuja sede já está em Silicon Valley, na Califórnia (EUA).

CL – É difícil manter este tipo de empresas em Portugal?

EC – Obviamente. Em Portugal temos uma economia fechada, é uma economia sem estratégia, uma economia sem ambição, com uma burocracia terrível, com uma carga fiscal asfixiante ou fascizante e com um conjunto de lideranças políticas impreparadas.

CL – Como tem corrido a ligação entre o Instituto Superior Técnico (IST) e o Taguspark?

EC – Nós estamos inseridos numa rede, em que o IST está incluído, de promoção e desenvolvimento da indústria do Aeroespacial e Defesa, e que, de algum modo, envolve também a exploração oceanográfica, que é o nosso principal activo geográfico.  Nós somos um dos maiores países do Mundo quando levamos em linha de conta esse activo, que no nosso caso não tem sido explorado, e para o qual não há estratégia. Temos um Chefe do Estado-Maior da Armada que tem uma visão, tem uma estratégia clara para a forma como Portugal deve ocupar e explorar, tanto do ponto de vista geopolítico, como do ponto de vista económio, esse magnífico e enorme território, mas não existem meios para isso.

A nossa postura é alinharmos com entidades que vêem Portugal mais longe, que têm uma maior ambição para Portugal, que se sentem mais frustradas com a prostração a que a Economia foi remetida. É nessa rede, nessa junção de esforços, que nós temos as nossas principais ligações de desenvolvimento à Universidade, ao Município, às organizações que desenvolvem Ciência, aos empreendedores que querem de algum modo explorar este activo. Em termos de futuro, em termos da construção de uma economia de valor acrescentado, a nossa ligação à Universidade faz-se por essa via.

Por outro lado, nós temos também uma ligação de accionista. O IST é accionista do Taguspark e, portanto, estamos obviamente muito próximos no sentido de garantir que aproveitamos o mais possível esta simbiose para criar projectos que tragam valor para a Economia, que tragam emprego e que distingam Portugal.

Foto: Paulo Rodrigues

CL – O Taguspark tem vindo a promover uma maior interligação com a comunidade envolvente, com o objectivo de trazer mais pessoas ao Parque, fazer deste espaço um local de convívio…

EC – Nós estamos num território particularmente bem concebido, onde é muito agradável passear, não há muitos locais tão bonitos e sossegados como o Taguspark. Parece que estamos no meio do campo estando num sítio altamente urbano, porque a nossa arquitectura não tem nada a ver com a arquitectura rural, somos dos pontos do País com a arquitectura mais inovadora, mais contemporânea, com uma jardinagem mais cuidada, com um conjunto de obras de Arte no exterior. Então, consideramos que este local deve ser vivido para além do trabalho. Começámos por desenvolver o conceito de arte urbana, o conceito das exposições de Arte, o conceito da nossa própria colecção de Arte. Só isso já faz com que as pessoas venham cá com alguma regularidade.

Depois, simultaneamente, começámos a construir também o conceito de uma boa oferta de restauração, que está ainda incompleta, mas já temos aqui no nosso restaurante panorâmico ‘O Faz Figura’ e temos fechados contratos com mais três operadores. Durante o fim-de-semana, temos também uma oferta de espectáculos de Teatro para vários tipos de público apresentados num auditório com capacidade para 300 lugares. O conceito que aqui estamos a criar é um conceito de arte, lazer, boa disposição e interacção entre pessoas fora do ambiente de trabalho num local que é raríssimo, diferente, sossegado, onde há sempre estacionamento, onde está tudo limpo, sem constrangimentos.

Estamos a promover uma outra forma de estar no Taguspark, fomentando a proximidade às Artes, à Cultura e à boa Gastronomia. Vamos começar em breve com os Sunsets, eventos realizados ao pôr-do-sol, e vamos promover um conjunto de iniciativas relacionadas com o Brasil. É também possível que, no futuro, venham a ser realizados aqui festivais de música e concertos. Estamos em conversações com a Câmara de Oeiras para desenvolver um programa nesse sentido, eventualmente integrado nas Festas de Oeiras.

Foto: Paulo Rodrigues

CL – O Taguspark tem vindo também a reunir uma colecção de obras de Arte, com muitas dessas peças expostas no edifício do Núcleo Central. Esta aposta baseia-se em obras produzidas por artistas consagrados e/ou jovens talentos?

EC – Nós, neste trajecto, que é curto em termos temporais, para já só temos peças de um artista consagrado, que é o Bordalo II (Artur Bordalo). Todas as restantes peças são de artistas menos consagrados, mas não menos talentosos.

CL – Que tipo de obras integram a colecção do MAU?

EC – Temos Pintura, Fotografia, Escultura e Graffiti.

CL – Com quantas obras conta a colecção?

EC – Já ultrapassámos as 100.

CL – Existe algum programa de apoio a jovens artistas?

EC – Ainda não. Queremos preparar um concurso internacional para uma residência destinada a apoiar jovens artistas, nacionais e estrangeiros. Queremos estabelecer aqui uma sementeira que fará com que o Taguspark seja uma referência europeia, daqui a 50 anos, também no domínio da Artes.

Foto: Paulo Rodrigues

Autor: Luís Curado

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