Carlos Carreiras exige medidas contra autocarros sobrelotados

O Presidente da Câmara Municipal de Cascais (CMC) está profundamente descontente com a situação vivida nos transportes públicos e ameaça avançar com medidas drásticas caso a Área Metropolitana de Lisboa (AML) não resolva o problema dos autocarros sobrelotados que circulam nas horas de ponta. Em última análise, Carlos Carreiras garante que poderá mesmo impedir que os autocarros com sobrelotação provenientes dos concelhos vizinhos de Sintra e Oeiras circulem em Cascais.

“Caso a AML não apresente uma solução efectiva até ao final desta semana, na próxima segunda-feira, todas as rotas intermunicipais serão paradas à entrada de Cascais. Os passageiros farão testes de temperatura e farão, depois disso, transbordo para rotas municipais”, assegura o autarca cascalense, que justifica esta quarta-feira (1 de Julho), num artigo de opinião publicado no ‘Jornal I’, as razões da sua decisão tomada na sequência do aumento de casos de contágio de COVID-19 na região de Lisboa.

“Na AML, o maior eixo demográfico, económico e industrial do País, as pessoas trabalham no concelho A, vivem na cidade B e, não raras vezes, consomem bens e serviços no município C. A interconexão fundamenta a prosperidade relativa desta região. Mas esta interdependência é, em contexto de pandemia, uma fragilidade”, defende Carlos Carreiras no artigo de opinião que assina intitulado “Coligação nacional contra a pandemia”.

“A conectividade regional depende de uma rede capilar de transportes públicos que é, sobretudo nos rodoviários, onde se registam maiores problemas de não observância das regras de saúde pública. É claro para mim que a resposta será tão mais eficaz quanto mais supraconcelhia for. Exige-se uma resposta coordenada, uma resposta da coligação regional. Mas que não haja equívocos: mais vale uma resposta local do que nenhuma resposta regional”, prossegue o presidente da CMC.

E Carlos Carreiras deixa o aviso: “Se a AML não recolocar o nível de serviço e oferta nos 100% – coisa que em Cascais fizemos logo no dia 1 do desconfinamento, acrescentando carreiras de desdobramento –, tomarei medidas drásticas. Como Autoridade Municipal de Transportes, mas sem poder de intervenção nas rotas intermunicipais, recuso-me a ficar de braços cruzados e a assistir à multiplicação descontrolada de potenciais cadeias de transmissão nos nossos transportes.”

Autor: Redacção

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