A 12 de Janeiro de 1925 nascia, na Amadora, Vasco Callixto que haveria de herdar dos seus antepassados o gosto pela escrita e pelos automóveis. Publicou o seu primeiro artigo em 1944 e ao longo da sua vida colaborou com diversas publicações. Entre as décadas de 1970 e 1990 foi director da revista ‘Rodoviária’, dedicada ao Turismo e ao Automobilismo. Foi ao volante que fez inúmeras viagens cujas histórias foram sempre relatadas em livros.
Aos 95 anos, o escritor conta com mais de 60 obras publicadas que versam, não só sobre as suas viagens, mas também sobre temas como a História da Aviação em Portugal, área de investigação na qual se especializou e sobre a qual tem realizado diversas conferências. O seu primeiro livro ‘Fala a Velha Guarda’, publicado em 1962, reúne um conjunto de entrevistas a alguns dos mais antigos automobilistas portugueses.
Em 2011 assinalou meio século de viagens com o lançamento do livro ’50 Anos de Viagens’, uma obra ilustrada com fotografias e mapas que reúnem 50 itinerários de viagens que fez ao longo da sua vida. Vasco Callixto, ainda hoje, conduz e afirma que é a fazê-lo que se sente bem. Das distinções que recebeu destacam-se o título de sócio honorário do Aero Club de Portugal e do VW Ar Clube de Portugal. Actualmente colabora com os jornais ‘O Diabo’ e ‘O Mundo Português’ e integra a direção do Instituto Bartolomeu de Gusmão, da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
UMA VIDA PASSADA A ESCREVER
Jornal ‘O Correio da Linha’ (CL) – De onde surgiu o gosto pela escrita, especialmente na área do Automobilismo e do Turismo?
Vasco Callixto (VC) – O meu avô, Carlos Callixto, nascido na cidade de Serpa, foi jornalista e político da I República. Foi o primeiro chefe de redacção do jornal ‘A Luta’, fundado em 1906 pelo seu amigo, o político alentejano Manuel de Brito Camacho. Como membro integrante do Automóvel Club de Portugal participou, em 1911, na elaboração do primeiro Código da Estrada que criou as comissões técnicas de automobilismo. Nessa altura, o meu pai tinha 20 anos e o meu avô fê-lo ingressar no sector automóvel, mais concretamente nessas comissões, primeiramente como chefe de secretaria e depois como examinador dos candidatos a condutores de automóveis. Ainda hoje há cartas de condução dos anos a seguir à I Grande Guerra, anos 20, assinadas pelo meu pai, o que me dá uma grande satisfação. Eu procurei dar continuidade ao nome que herdei em público e comecei a escrever. O meu primeiro artigo foi publicado em 1944 na revista ‘Turismo’, uma revista trimestral.
CL – Seguiram-se depois colaborações com várias publicações…
VC – Nos anos 50 comecei a escrever para a imprensa diária: Diário de Notícias, Diário Popular, o Século… colaborei com todos os jornais diários. Parei de escrever quando a minha mulher se foi embora, mas houve muitos incentivos para voltar a escrever e actualmente colaboro com dois jornais: ‘O Diabo’ e o ‘Mundo Português’. Francamente é isso que me vale.
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