Nirvana Studios servem de palco a Indie Market

Um evento diferenciador, para todas as idades, realizado num local de eleição. Foi assim o Indie Market que decorreu nos Nirvana Studios no passado dia 2 de Outubro. Uma iniciativa, com entrada gratuita, que é para repetir atendendo ao sucesso registado na primeira edição. Sob o lema ‘Comida Natural, Artes & Life Style’, no mesmo espaço deste mercado especial partilharam protagonismo vários motivos de atracção. A saber: Artesanato, Gastronomia, Livros, Antiguidades, Terapias Alternativas, Dança, Música, Ioga e outras actividades. A organização, tripartida, esteve a cargo dos Nirvana Studios com os apoios da Câmara Municipal de Oeiras e da Junta de Freguesia de Barcarena.

Centro Cultural Alternativo, os Nirvana Studios, instalados num antigo quartel militar dos anos 1940 comprado pela companhia de Teatro Custom Circus em 2003, funcionam como casa de uma comunidade artística inovadora, que dispõe de estúdios e espaços multidisciplinares para desenvolver as suas actividades. Ali se realizam os mais diversos eventos, são rodados filmes e programas de TV, criados cenários diversificados e instaladas salas de ensaio, entre outras infraestruturas, que ao longo dos anos têm conquistado a admiração dos visitantes. Foi neste local de eleição, localizado na Estrada Militar de Valejas, Barcarena (Oeiras), que falámos com Rui Gago, da organização do Indie Market.

Foto: Paulo Rodrigues

Jornal ‘O Correio da Linha’ (CL) – Como surgiu a ideia de realizar este Indie Market?

Rui Gago (RG) – Bom, isto era um projecto que nós queríamos ter lançado em 2020, mas depois veio a pandemia e tivemos de adiar tudo. Basicamente, o Indie Market pretende fundir três conceitos no mesmo espaço. É um mercado como eram os mercados tradicionais antigamente, em que juntamos a parte alimentar, convidamos produtores de quintas que venham aqui vender os seus produtos. A ideia é que os próprios produtores tragam os seus produtos daqui da região ou das zonas mais próximas, aproveitando os recursos que temos disponíveis. Não faz sentido estarmos aqui a promover a manga do Brasil e outros frutos exóticos. Interessa-nos mais promover o que é da época e o que é produzido na região. Com isto estamos a reduzir o CO2 dos transportes, porque estes legumes, frutas e restantes produtos viajam muito pouco. Por outro lado, quem compra também tem a certeza que está a consumir os produtos rapidamente, ou seja, o tempo entre a recolha da terra e a chegada à nossa mesa em casa é muito reduzido. Portanto, não são aqueles alimentos que são colhidos verdes para depois irem para o frio, para depois não sei quê… Tudo isso tem uns custos ecológicos muito grandes. Nós queremos transmitir à população esta preocupação com a área alimentar, e também com a parte ecológica. Esse é um dos pilares deste evento.

CL – Mas não só…

RG – Pois, outro dos pilares do Indie Market é a vertente artística. Nós convidamos artesãos e artistas dos mais diversos quadrantes para estarem presentes e venderem os seus produtos aqui. Mais uma vez, há aqui uma ligação directa entre o artista e o público. O artista apresenta os seus produtos directamente ao público sem passar por intermediários, sendo que o consumidor pode falar diretamente com o artista que produziu a peça. Pode, por exemplo, criticar, elogiar e até pedir para serem introduzidas algumas alterações no produto que pretende adquirir. Todo este diálogo é um caldeirão de experiências muito engraçado, por permitir ao cliente conhecer melhor quem produziu aquela peça que vai ter em casa para o resto da vida. Por outro lado, também o artista fica a conhecer melhor o seu cliente e a perceber o que as pessoas gostam e o que não gostam. É uma troca de experiências que é favorável, simbiótica. Ou seja, é uma relação em que todos ganham.

Foto: Paulo Rodrigues

EXPERIMENTAR NOVAS EXPERIÊNCIAS

CL – Por aquilo que percebemos, os visitantes do Indie Market também têm à disposição várias actividades, que podem experimentar…

RG – Esse é o terceiro pilar do evento: a experimentação. Temos sempre, de forma completamente gratuita, a possibilidade de as pessoas poderem participar nas actividades aqui propostas, aulas de ioga, por exemplo. Já estás farto de ouvir falar nisto e naquilo e sentes curiosidade, gostavas de experimentar. No caso do ioga, pegas num colchão e vais experimentar, a custo zero. Nem sequer tens que te inscrever, não há obrigatoriedade nenhuma. Se gostares, excelente, falas com os professores para continuar. Se não gostares, agradeces e vais-te embora levando uma nova experiência contigo.

CL – Como vai ser preparada a oferta destas experiências?

RG – São montadas pequenas estruturas para poder oferecer várias experiências. Tivemos uma pessoa que abordou o tema do ‘Mindset Saudável’, dando a conhecer uma série de ferramentas mais mentais para ajudar a aliviar o stress. Aprende-se a dar um bocadinho mais de espaço, de tempo e tranquilidade à nossa mente e ao nosso espírito. Isto tudo são coisas que se conseguem transmitir e que se conseguem ensinar. Não se trata de uma palestra daquelas de seca, é uma coisa curta, que dura 15 minutos. E as pessoas não têm que marcar para estar aqui, é só entrar e usufruir. Vamos ter aulas relativas a várias actividades abertas ao público. Actividades desenvolvidas por projectos residentes nos Nirvana Studios, que aqui têm aulas e ensaiam, e por outras pessoas que nós vamos convidando para estarem presentes e que vão variando ao longo das edições do Indie Market.

CL – Como correu a primeira edição do Indie Market?

RG – Tivemos 33 representantes de venda com bancas instaladas e cinco actividades de palco. Tivemos uma sorte brutal com o dia, que esteve fantástico. Se isso não tivesse acontecido, também temos preparado um plano B, que é ter disponíveis as mesmas ofertas num espaço indoor. No caso de chover, podemos usar uma galeria interior com cerca de 450 metros quadrados para realizar os eventos.

Foto: Paulo Rodrigues

CL – A experiência do Indie Market é para repetir, com que periodicidade?

RG – O objectivo é que estes eventos se realizem de 15 em 15 dias, no primeiro e no terceiro domingos de cada mês, sempre com entrada completamente gratuita, sendo que as edições do Indie Market decorrem entre as 10h00 e as 14h00. Preferimos condensar o público e deixar as tardes livres. O domingo é um dia que normalmente é passado em família. Por outro lado, queremos abranger os madrugadores e também as pessoas que se levantam mais tarde. O próximo Indie Market será realizado dia 16 de Outubro.

CL – O estacionamento para os visitantes da feira está assegurado?

RG – Sim, o estacionamento também está assegurado num terreno com cerca de 4 hectares. As pessoas não vão sentir problemas com falta de estacionamento.

Entretanto, à hora do almoço, permitimos que as pessoas almocem cá, porque temos um restaurante que vai servir refeições. Ou seja, as pessoas podem comer aqui. Não há motivos para não visitar o Indie Market.

CL – O que é preciso fazer para poder participar no Indie Market?

RG – Estamos abertos a todas as propostas que nos queiram fazer. Para isso, podem contactar-nos através do endereço de e-mail geral@nirvana.pt. Por exemplo, na parte alimentar, estamos receptivos a que as pessoas que têm hortinhas aqui à volta venham vender os seus produtos no nosso mercado. Neste momento, não há qualquer preço de inscrição, é completamente gratuito. Nós pedimos é às pessoas para fazerem um registo de participação. Só podem vir se estiverem registadas, através do e-mail já referido. Depois, é só trazerem as suas mesas e as suas tendas para poderem expor os seus produtos.

Foto: Paulo Rodrigues

Autor: Redacção

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